quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Gaston Bachelard / Leon Tolstói
Eu sei. É tão fácil quanto absolutamente gratuito pegar em dois homens de barba comprida e branca e dizer que são parecidos. Poderia, sem dúvida, pegar no Pai Natal e no Dr. Pinto da Costa que o resultado redundaria no mesmo.
Os asiáticos de olhos em bico também são todos parecidos. E nós ocidentais seremos, porventura, aos olhos dos olhos em bico, todos iguais. Isto não deixa de me sugerir que as semelhanças estão mais naquele que vê do que nos objectos medidos. Há pessoas que não encontram semelhanças em nada. Para elas tudo é diferente. Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. E seria de facto mais interessante se assim fosse. A natureza esforça-se e mata-se pela variedade, é certo. Mas, como pensava Darwin - senhor de barba branca e comprida que teria também aqui o seu lugar - essa luta pela variedade, que é a luta pela sobrevivência, dá-se menos entre espécies diferentes do que no seio da própria espécie. É talvez por isso que nos andamos a comer uns aos outros.
Carlos Queiroz / Diego Maradona
Calma. Não estou a sugerir que o Queiroz e o Maradona sejam parecidos. Tanto mais não fosse, os trezentos quilos que os separam logo haviam de me desmentir. Mas vou abrir aqui uma excepção para vos alertar para outras semelhanças que não as físicas.
Até hoje olhávamos para o Queiroz como o gentil-homem, o distinto e nobre cavalheiro que entorpecia os jornalistas mais ávidos de escândalo, o aristocrata aniquilador de raves e o fidalgo protector do reino e das cinco quinas. Nos antípodas estava o Maradona de Kusturica; o génio da bola que reprimia a sua condição divina com os mundanos vícios de todos os heróis: ele havia álcool, drogas, mulheres, dopings, insultos, bordoadas, inimigos de estimação, gratuitidade, enfim, tudo aquilo que imortaliza os cadáveres adiados que procriam.
Antes de Queiroz, vozes havia que declaravam: o Scolari representará o que de mais nobre há no espírito português. Pois viu-se. Tentativa de agressão num calmeirão sérvio cujo nome ninguém consegue pronunciar. E isto para quê? Para defender um cigano. Se o Frodo entrasse num campo de batalha para defender o Aragorn não teria incorrido em mais grotesco equívoco.
Mas eis que hoje sabemos, enfim, que Queiroz incarna o que de melhor há na espiritualidade lusa. E isso equivale a dizer que Maradona é mais português do que a generalidade dos políticos e comentadores que ocupam o horário nobre da SIC Notícias e da RTP-N. Porque dizer aos médicos da ADoP que fossem controlar a cona da mãe do Luís Horta é, não incorporar a personalidade de D. Sebastião mas, mais importante, chamar a si o que de melhor há de Maradona. Creio mesmo que nem o próprio seria capaz de uma tão brilhante declaração. Depois disto, se o Queiroz não é o seleccionador de todos os portugueses, eu quero ser espanhol. Ou argentino.
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Mezut Özil / Serge Gainsbourg
Será recorrente a apresentação de personalidades ligadas ao planeta do futebol. O Luís Freitas Lobo chama-lhe assim: planeta, ao invés de mundo. Ora, como nada acontece por acaso, e porque as escolhas obedecem a causas que se interligam numa cadeia infinita porque também inconsciente, gostaria de reflectir acerca deste «planeta». Porquê planeta e não mundo?
Em primeiro lugar porque mundo é também um adjectivo: aquilo que é puro e limpo. Perceber-se-ia, à partida, a lógica elementar que acompanha esta terminologia. A pureza no futebol seria contranatura, absurda, impossível, ilógica, irracional, enfim, seria a própria negação do jogo, o seu vazio, o seu buraco negro. E se fosse possível sermos sumamente subjectivistas, ainda assim, a única pureza que encontraríamos no futebol seria a raiva com que espumamos diante dos nossos adversários. É aí que reside toda a potência do jogo.
Freitas Lobo chamou-lhe planeta. Convenhamos que é uma palavra menos rica em significados. Ela remete-nos mais para a física do que para a metafísica. Endereça-nos para a mecânica. O mundo traz consigo uma espessura ficcional que o planeta dissolve. E paradoxalmente, não sei se por obra das obras de ficção científica, a palavra planeta não pode deixar de nos sugerir a vida alienígena. Pois é disso que o futebol anda cheio e é nisso que o futebol se parece com tantas coisas. A comprová-lo: as orelhas e olheiras do Ozil e do SG.
quinta-feira, 22 de abril de 2010
Miguel Ângelo / Alexander the Great
Desconfio sempre dos extremos. Os Delfins outra coisa não conheceram durante a sua carreira. Em meados de 90 eram os melhores do mundo: o Rui Fadigas fazia slaps como ninguém, as letras do Miguel Ângelo eram profundas como a Boca do Inferno e o António Cunha era uma autoridade digna de figurar ao lado de outros monstros da capital do Império, particularmente daqueles que haviam fundado a União Lisboa.
Depois surgiu a catrefada de humoristas que se conhece desde o «Levanta-te e Ri» e, subitamente, os Delfins foram expatriados. Eram de Cascais e estavam longe do marxismo de caviar. Betos lhes chamaram e gostar deles passou a figurar na lista de indecências e parolices concebida pelos vitorianos cá do burgo. Se querem um exemplo de como o poder se manifesta mais nos processos do que nos sujeitos, aí o têm. Esta coisa de persistir em adequar os gostos dos outros aos nossos não é feitio; é mesmo defeito. E parece não haver como escapar. Se anuímos é porque sim, se não anuímos é também porque sim.
Os Delfins não deixam de ser uma Laranja Mecânica: não escaparam aos processos mais extremados. Desfrutaram disso mas também padeceram dos mesmos efeitos.
Passado algum tempo de toda essa convulsão, digam-me: valeu a pena?
domingo, 18 de abril de 2010
As máquinas de James Cameron
Os objectos são tão ou mais importantes nas nossas vidas do que algumas pessoas. E não falo da utilidade decisiva de determinados utensílios na satisfação dos desejos; ou não falo apenas disso. Refiro-me também à relevância de tudo quanto nos rodeia no que diz respeito à determinação daquilo que somos. A cultura não é, por isso, apenas aquilo que se cria mas também as recriações que se geram na nossa interacção com as coisas.
O que nos dizem então estas maquinetas do James Cameron? No filme Aliens, Ripley socorre-se de uma máquina – há boa maneira do desenrasca - para lutar contra a natureza. Por obra do acaso a máquina estava ali; Ripley sabia manobrá-la e encontrou-lhe uma utilidade desconhecida. No Avatar, a máquina é concebida com o intuito preciso de chacinar quem se lhe oponha.
Nos dois filmes as máquinas estão do lado do Homem. A diferença é esta: quando o Homem aparece como vítima, é uma máquina colocada nas condições mais aleatórias que o salva. Quando o Homem é o algoz, a máquina pré-concebida e cientificamente projectada com um determinado intuito não lhe vale de nada.
Parece que o Homem está destinado a ser bem sucedido apenas quando não se dá ao trabalho de projectar as coisas. Ninguém o diria: James Cameron é o realizador mais calculista da história de Hollywood e, aparentemente, não tem razões para se queixar.
quarta-feira, 14 de abril de 2010
Barroso / Volkan Demirel
Há coisas que se fazem com a consciência que isso que se faz nos torna dúbios, falhos, malogrados, frustrados, alienados, o que seja. Não é o caso do futebol. Eu gosto de futebol por variadíssimas razões, de entre as quais a beleza do jogo não é, certamente, a mais forte. Em primeiro lugar, se não houvesse clubes contra os quais pudéssemos descarregar todas as nossas frustrações e os nossos ódios bacocos, o futebol não se tinha transformado na poderosa indústria que efectivamente é na actualidade. Em segundo lugar, o futebol ainda é - para além dos impulsos sexuais e dos momentos íntimos na casa de banho – aquilo que nos arroja contra o chão, aquilo que mais intensamente nos recorda a nossa vil condição terrestre. Num mundo de luvas brancas, batas, laboratórios e encerramento nervoso das tascas, ainda há quem assuma, sem assombros, a sua condição animalesca. O futebol torna-nos mesquinhos, irritadiços, invejosos, rústicos, revanchistas, impetuosos, crianças; o futebol torna-nos nisso tudo que somos em circunstâncias muito diferentes. Mas nada é assim tão diferente do futebol. Tenhamos, como exemplo, o mundo académico. Também aí há intrigas, egos feridos, grupos, tendências, vacas sagradas, estratégias de marketing; também aí as pessoas marcam golos e sofrem frangos, magoam os outros, humilham o adversário, expõem as suas fraquezas; também aí se classifica, se desce de divisão, se glorifica e se fazem prognósticos. Pois bem, mas o que distingue o futebol de todas as conveniências dos jogos sociais são homens que não se inibem de justificar as más exibições com diarreias de última hora.
quinta-feira, 8 de abril de 2010
Tom Waits / Ron Perlman
Eu, ao contrário da Catarina Furtado e daquelas pessoas que têm muito bom gosto, não gosto da voz do Tom Waits. Talvez gostasse se tivesse algum apreço literário por histórias do mar e proezas de piratas. É que quando o oiço cantar, tenho a impressão de estar diante de algum náufrago perdido entre garrafas de rum e mastros despedaçados. Ora, eu nunca fui em grandes epopeias marítimas e Sexta-feira (um seu criado) só mesmo em Albufeira, como canta o Reininho.
É sobejamente conhecida uma história de Gavin Bryars e Tom Waits. Quando vivia em Londres, Bryars trabalhava num filme de Alan Power sobre a vida dos mendigos na cidade. Um dia gravou uma canção entoada por um desses mendigos. O título era «Jesus Blood Never Failed Me Yet». Aparentemente, e ao contrário do que era habitual nesta recolha de canções de rua, o velho mendigo – que costumava entreter a equipa de filmagens com malabarismos de chapéu - não estava embriagado. Bryars achou a melodia tão interessante que, um pouco por acaso – como sempre acontece nestas coisas – acabou por criar um loop orquestrado do tema.
Obviamente não me vou dedicar aqui ao exercício semiótico acerca do valor estético da canção. Se o caríssimo leitor pretender ler coisas interessantes, encaminho-o para os blogs de José Pacheco Pereria, Pedro Mexia ou Daniel Oliveira. Aqui, o que é relevante, é que, anos mais tarde, Gavin Bryars convidou Tom Waits para cantar a música. É fácil de entender porquê: Tom Waits é mais genuinamente mendigo do que qualquer outra pessoa que habite o lugar mais esconso das grandes metrópoles.
Há certos convites que não são propriamente elogiosos. Quando li «O Nome da Rosa» já havia visto, em criança, o filme de Jean-Jacques Annaud. Confesso que não me foi difícil conceber, através da imaginação, os rostos mais ou menos vulgares de certos monges. Mas no que respeitava aos mais feios, a minha memória do filme sempre me atraiçoava. No caso de Salvatore então era-me absolutamente impossível desligar-me da figura de Ron Perlman; o papel assentava-lhe que nem uma luva.
O que pensarão os actores quando alguém vai ter com eles e lhes diz: «Olhe, nós precisamos de um actor para protagonizar o papel de um corcunda, de um feio, de um monstro, de uma aberração, o que seja, e lembramo-nos de si»? Pior ainda é saber que são os próprios actores quem, conscientes das suas capacidades, não se inibem de concorrer a determinados castings.
Mas o contrário também acontece: Mourinho já disse que queria o George Clooney a protagonizar um filme sobre a sua vida; Conan O’Brien exigiu Tilda Swindon. O meu actor de eleição para interpretar a minha pessoa, infelizmente, já faleceu: dava pelo nome de John Holmes.
quarta-feira, 7 de abril de 2010
Orson Welles / Andy Richter
Fazendo uma breve pesquisa pela Wikipédia, ficamos a saber que Orson Welles foi adepto do Botafogo. É isto o que verdadeiramente importa saber na vida de um dos mais geniais realizadores de cinema. Os nossos primos do outro lado do Atlântico, não contentes com a afirmação peremptória de que Deus é brasileiro, ainda nos atiram esta à cara: «Orson Welles era do Botafogo». Não importa saber se o era ou não. Esta afirmação pura e simples é tanto mais interessante quanto mais irrelevante se torna saber se o realizador sequer gostava de futebol. Já Marcel Proust escrevia - na obra «Em Busca do Tempo Perdido» e indicando as opiniões que a sociedade mantinha acerca de Swann - que as pessoas carregam consigo as várias personalidades forjadas pelas perspectivas que os outros construíram sob o signo das convivências e das conveniências sociais. Stendhal corroborava esta ideia ao afirmar que "Um homem pode alcançar tudo na solidão, excepto um carácter". É talvez por isso que nos interessamos tanto pelo que os outros pensam de nós; porque tudo o que seja dito pelo outro nos soará sempre a novidade e confirmará aquilo que somos. E apesar de Alain de Botton sugerir que o olhar dos outros é um espelho reflectindo imagens maiores ou menores do que o original, tenho para mim que os outros nunca pensam tão bem ou tão mal de nós quanto somos tentados a crer. Há um exemplo recente que comprova o quanto um acontecimento pode influenciar a nossa opinião acerca do que quer que seja. Todos caímos no erro de atribuir à personalidade de Conan O’Brien o facto comezinho de haver injustiças que se justificam pelos números. Desde então ainda não conseguimos olhar para ele sem que essa ideia de repulsa pela iniquidade nos não tolde a visão. No que me toca, estou a tentar libertar-me disso; disso e do facto de Orson Welles ter sido adepto do Botafogo.
sexta-feira, 2 de abril de 2010
Jon Stewart / Jorge Jesus
Este blog é redutor? Sim.
Para este blog, as personalidades existem apenas na medida em que lhes pode ser atribuída uma semelhança física com outra personalidade exposta às mesmas condições? Sem dúvida.
Não há qualquer interesse no que se escreve neste blog? Admito.
O autor deste blog importa-se com isso? Nadinha.
O autor deste blog defende que toda a gente, algum dia, necessita de um lugar onde o politicamente correcto, as convenções sociais, as irrepreensibilidades éticas e o semideísmo podem ser mandados às urtigas. Que, na medida do possível, se não insulte ninguém gratuitamente, eis ao que se propõe. É claro que nunca se saberá se o Pedro Abrunhosa considera um insulto ser comparado ao Homem Invisível. Contudo, e assumindo a impossibilidade de saber se os outros são ou não são vidrinhos de cheiro, o anonimato nunca servirá para insultar quem quer que seja; exceptuando, talvez, instituições, tribos, sociedades e quejandos ajuntamentos.
É um pouco por isso que eu gosto do Jorge Jesus e não vou muito à bola com o Stewart. Se no caso do português o politicamente correcto é, como diria o próprio, “uma treta”, para o americano é um modo de vida. O género incensurável da comédia política é o que de mais íntegro e inatacável se pode fazer. Como nos opormos à crítica à corrupção, à guerra, à baixa política e ao maquiavelismo? É como discutir com alguém que, brincando, vai dizendo o que bem lhe apetece.
Pelo contrário, para dar pontapés na gramática, são necessários tomates. É preciso tê-los no sítio para ironizar com o fair-play dos outros. O Jorge Jesus tem aquela postura à mete-nojo dos antigos; masca chiclete e mostra mais vezes a língua do que o bom senso admite. É certo que tem despertado o discurso mais ou menos saudosista e salazarento do «subiu a pulso» ou do «subir-a-pulsismo»; é certo que tem justificado o revanchismo de muitos treinadores e comentadores da treta que, menos secretamente do que desejariam, odeiam o José Mourinho e todos os seus clones mais ou menos bem sucedidos. Mas como de más interpretações está o inferno cheio, continuo a dizer, ao jeito maniqueísta (porque todos se recusam a sê-lo), que prefiro, de longe, o português ao americano.
quarta-feira, 31 de março de 2010
Richard Dean Anderson / James Wilson
O Macgyver e o Dr. House não são tão diferentes quanto seríamos tentados a supôr. Ambos se deparam com situações excepcionais e ambos solucionam algum problema aparentemente irresolúvel de um modo engenhoso. São duas perspectivas distintas de encarar o mesmo fenómeno: a fé na ciência. Por um lado temos o engenheiro, por outro o médico. Sempre achei que o grande defeito do Macgyver era não ter defeito algum. Quanto ao House, tem tantos defeitos que só pode ser perfeito, o que também enjoa. É certo que os médicos levam vantagem considerável sobre os engenheiros. Não apenas comem mais gajas como há mais séries sobre eles do que sobre qualquer outra profissão (excepção feita, em tempos idos, aos advogados). É um ciclo vicioso: comem mais, despertam mais atenção; despertam mais atenção, comem mais. Em Portugal ainda ninguém se apercebeu desta lógica: se a média para entrar em medicina é tão elevada, como vão eles depois comer quem quer que seja se passaram a vida de estudante com o nariz enfiado nos livros?
Deixo-vos com uma passagem de «Guerra e Paz», de Tolstoi, a propósito do Génio (se não o leram, esqueçam, é muito grande e consumir-vos-á tempo precioso):
Num rebanho de carneiros, o carneiro que o pastor fecha todas as noites num cercado especial para que seja alimentado à parte e venha a ficar duas vezes mais nutrido do que os outros deve necessariamente parecer um génio. E pelo facto, precisamente, de este carneiro ter sido criado à parte, com uma alimentação especial, o ser vendido para o talho deve considerar-se uma circunstância genial ligada a toda uma série de circunstâncias extraordinárias.
Basta, porém, que os outros carneiros deixem de acreditar que o que acontece é apenas o resultado de se pretender realizar os objectivos próprios dos criadores de gado: basta-lhes admitir que os objectivos em vista podem ser-lhes ininteligíveis, para que eles encarem a engorda de um dos seus pares um acontecimento com a sua unidade e o seu desenvolvimento lógico. Ignorando a razão desse acontecimento, saberão pelo menos que ele não se produziu de improviso e que não terão necessidade de recorrer nem ao azar nem ao génio.
Sebastian Caine / Pedro Abrunhosa
Tentaremos - neste lugar e quando para tal tivermos disposição – evitar o óbvio. Gostaríamos de acreditar que somos os primeiros a encontrar semelhanças num homem invisível.
Não sei se algum dos caríssimos leitores já se imaginou invisível. Que coisas perversas e necessariamente agradáveis poderíamos fazer se ninguém, absolutamente ninguém, nos pusesse a vista em cima e, com isso, as regras, as normas e os deveres? Pois, está tudo mais ou menos documentado no “Ensaio Sobre a Cegueira”. Mas o José Saramago, como bom comunista que é, não pensa que é a sociedade que define os valores do Homem mas um Acontecimento; assim, com maiúscula, que é para não pensarem que só eles se podem dedicar à Metafísica.
Eu cá aposto que no programa «Os Ídolos», foi precisamente o homem invisível quem pregou uma rasteira ao Abrunhosa. Eu, se fosse invisível, ia para o camarim da Cláudia Vieira, mas ele há gente do diabo…
terça-feira, 30 de março de 2010
Santana Lopes / Immanuel Kant
Começamos com um filósofo, que é para aqueles indivíduos que vestem casaco de malha e assistem às conferências sobre Foucault darem de frosques. É bom começar à gadanhada, cortando as ervas daninhas e alisando o terreno. Como nunca uma gaja que se preze bateu com os tacões num anfiteatro com o intuito de ouvir falar sobre biopolítica, nada melhor do que afugentar as varejeiras com o que elas não admitem: que se invoque, em vão, o nome dos semideuses. Ora, juntar ao deus das Luzes o nome de Santana Lopes deve ser, para essa chusma, a gota de água. Eis o oceano dos "freaks" e dos "nerds"; havemos de limpar a escumalhada da face deste blog. Entretanto, aos que por cá ficarem, aconselhamos a reflexão. Se estão a ler este texto é porque precisam de ajuda. E nós, caramba, estamos cá para alguma coisa. Tragam as vossas amigas e sejamos mais Santana e menos Immanuel.
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