sexta-feira, 2 de abril de 2010
Jon Stewart / Jorge Jesus
Este blog é redutor? Sim.
Para este blog, as personalidades existem apenas na medida em que lhes pode ser atribuída uma semelhança física com outra personalidade exposta às mesmas condições? Sem dúvida.
Não há qualquer interesse no que se escreve neste blog? Admito.
O autor deste blog importa-se com isso? Nadinha.
O autor deste blog defende que toda a gente, algum dia, necessita de um lugar onde o politicamente correcto, as convenções sociais, as irrepreensibilidades éticas e o semideísmo podem ser mandados às urtigas. Que, na medida do possível, se não insulte ninguém gratuitamente, eis ao que se propõe. É claro que nunca se saberá se o Pedro Abrunhosa considera um insulto ser comparado ao Homem Invisível. Contudo, e assumindo a impossibilidade de saber se os outros são ou não são vidrinhos de cheiro, o anonimato nunca servirá para insultar quem quer que seja; exceptuando, talvez, instituições, tribos, sociedades e quejandos ajuntamentos.
É um pouco por isso que eu gosto do Jorge Jesus e não vou muito à bola com o Stewart. Se no caso do português o politicamente correcto é, como diria o próprio, “uma treta”, para o americano é um modo de vida. O género incensurável da comédia política é o que de mais íntegro e inatacável se pode fazer. Como nos opormos à crítica à corrupção, à guerra, à baixa política e ao maquiavelismo? É como discutir com alguém que, brincando, vai dizendo o que bem lhe apetece.
Pelo contrário, para dar pontapés na gramática, são necessários tomates. É preciso tê-los no sítio para ironizar com o fair-play dos outros. O Jorge Jesus tem aquela postura à mete-nojo dos antigos; masca chiclete e mostra mais vezes a língua do que o bom senso admite. É certo que tem despertado o discurso mais ou menos saudosista e salazarento do «subiu a pulso» ou do «subir-a-pulsismo»; é certo que tem justificado o revanchismo de muitos treinadores e comentadores da treta que, menos secretamente do que desejariam, odeiam o José Mourinho e todos os seus clones mais ou menos bem sucedidos. Mas como de más interpretações está o inferno cheio, continuo a dizer, ao jeito maniqueísta (porque todos se recusam a sê-lo), que prefiro, de longe, o português ao americano.
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