quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Natalie Portman / Sarah Wayne Callies
James Wolcott, crítico da Vanity Fair, confessou o horror que sentiu ao ver Black Swann; não se coibiu mesmo de avançar com o exemplo de uma amiga, bailarina profissional, também ela chocada com o tratamento a que a sua bela arte foi sujeita no filme de Darren Aronofsky. É como se, de repente, o ballet fosse mais do que o cristianismo acossado em «A Última Tentação de Cristo», estivesse acima do pugilismo de «O Touro Enraivecido» ou não admitisse as ingerências mais ou menos hollywoodescas a que, de uma forma ou de outra, estão sujeitos os mais variados sectores de actividade ou formas de vida. Também o insuspeito «I Love You Phillip Morris» se prestou ao mesmo género de críticas provenientes dos que não viram no filme mais do que uma súmula de clichés acerca do que quer que para nós seja a homossexualidade. Imagino mesmo que alguns extraterrestres se tenham insurgiu contra o retrato ultrajante proposto por nomes como Spielberg, Orson Welles, Tim Burton, James Cameron, entre outros.
O que dizer então de uma série como Prison Break? Os polícias sentir-se-ão vexados, os governantes caluniados, e, pior do que tudo, os presidiários sentir-se-ão inopinadamente postos a ridículo, excedidos por um arquitecto que se enfeita à Raúl Meireles e que, escapando, a um tempo, a toda a série de estorvos do poder estatal e marginal, ainda arranja um tempinho para comer a boazona lá do sítio. Como se nós acreditássemos que há mulheres daquelas em lugares onde os homens se comem uns aos outros…
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